Letícia Mayer Borges

 “TAMBÉM EU TENHO SERVIDO DE AGULHA A MUITA LINHA ORDINÁRIA!”: CHOQUE CULTURAL E IDENTIDADE EM “UM APÓLOGO”, DE MACHADO DE ASSIS

 

Letícia Mayer Borges

 

Introdução

 

A literatura tem a função de refletir sobre a realidade por meio da subjetividade. Machado de Assis, um dos maiores escritores da literatura brasileira, escreveu textos que ultrapassaram as barreiras do seu momento de produção e provocam reflexões importantes e inéditas até os dias de hoje.

 

O presente trabalho visa ilustrar de que maneira a alegoria apresentada pelo apólogo, narrativa que dá voz a objetos inanimados, em “Um apólogo”, de Machado de Assis é capaz de representar elementos da sociedade brasileira? Com objetivo de lançar luz sobre a representação da sociedade brasileira por meio de uma alegoria mobilizaram-se conceitos de cultura trazidos por Homi Bhabha (2011), por Octavio Paz (2006) e por Roy Wagner (2010) e de conceitos da linguagem trazidos por Juracy Assmann Saraiva, Ernani Mügge e Tatiane Kaspari (2017).

 

Depois de definidos os conceitos teóricos, realizou-se o cotejamento entre teoria e trechos do texto “Um apólogo” que foi, num primeiro momento, publicado na Gazeta de Notícias em 1º de março de 1885, com o título de "A agulha e a linha", assinado por Machado de Assis, depois, passou a integrar a coletânea de contos Várias Histórias.

 

Fundamentação teórica

 

Um dos sentidos possíveis de cultura é: a maneira como indivíduos de um mesmo território, que compartilham de uma mesma linguagem e de um mesmo imaginário, relacionam-se entre si e com membros de outra cultura. O teórico Roy Wagner em seu texto “A presunção da cultura”, define a cultura como algo que “se tornou uma maneira de falar sobre o homem e sobre casos particulares do homem, quando visto sob uma determinada perspectiva” (WAGNER, 2010, p. 37). Essa determinada perspectiva pressupõe que existam culturas diferentes, já que haverá um ponto a ser olhado e um ponto a observar. Para Wagner, “Quando falamos de pessoas que pertencem a diferentes culturas, estamos, portanto, nos referindo a um tipo de diferença muito básico entre elas, sugerindo que há variedades especificas do fenômeno humano” (WAGNER, 2010, p. 38).

 

Um dos profissionais que estuda a interrelação entre as culturas é o antropólogo, e ao realizar esse estudo ele “é obrigado a incluir a si mesmo e seu próprio modo de vida em seu objeto de estudo, e investigar a si mesmo” (WAGNER, 2010, p. 39). Portanto, percebe-se que o estudo de uma cultura distinta ensina muito sobre a própria cultura e a própria identidade do observador, já que para estabelecer diferenças e semelhanças é realizada a contraposição entre o eu e o outro.

 

Normalmente, as culturas apresentam pontos de convergência e existem realidades que são menos distantes que outras. Mas, quando o profissional observador estabelece um ponto de discordância acontece o “choque cultural”, pelo qual “a ‘cultura’ local se manifesta ao antropólogo primeiramente por meio de sua própria inadequação contra o pano de fundo de seu novo ambiente, foi ele que se tornou ‘visível’” (WAGNER, 2010, p. 48). O choque cultural pode promover reconsiderações sobre a própria cultura do observador “é uma perda do eu em virtude da perda desses suportes” (WAGNER, 2010, p. 49).

 

No entanto, ao observar, definir, ou descrever uma cultura, o observador não é capaz de transpor a realidade, mas sim, acaba criando duas representações de cultura por meio da linguagem, Roy Wagner chama esse ato de “invenção”, segundo ele,

 

“A relação que o antropólogo constrói entre duas culturas – a qual, por sua vez, objetifica essas culturas e em consequência as “cria’ para ele - emerge precisamente desse seu ato de “invenção’”, do uso que faz de significados por ele conhecidos ao construir uma representação compreensível de seu objeto de estudo” (WAGNER, 2010, p. 53).

 

De maneira simples e clara, o autor define também que “O estudo da cultura é cultura” (WAGNER, 2010, p. 68) e essa definição explicita dois aspectos importantes: primeiro que a cultura é maleável e mutável; segundo que todo indivíduo, por estar inserido em uma cultura e apresentar uma identidade, pode analisar e refletir sobre cultura. Diante disso, conclui que “O estudo da cultura é na verdade nossa cultura: opera por meio das nossas formas, cria em nossos termos, toma emprestados nossas palavras e conceitos para elaborar significados e nos recria mediante nossos esforços” (WAGNER, 2010, p. 68).

 

O pesquisador Octavio Paz, em “A dialética da solidão”, apresenta de maneira mais subjetiva, elementos sobre a criação da identidade do sujeito. O homem, em sua essência, desde o princípio ao final, é sozinho, conforme Paz, “Todos os homens, em algum momento da vida, sentem-se sozinhos; e mais: todos os homens estão sós” (PAZ, 2006, p. 175). A consciência dessa solidão, faz com que o sujeito busque o outro, “O homem é nostalgia e busca de comunhão. Por isso, cada vez que se sente a si mesmo, sente-se como carência do outro, como solidão” (PAZ, 2006, p. 175). A coexistência e a correlação entre os homens constituem aos poucos um núcleo maior, uma sociedade. Num primeiro momento, eu e outro se relacionam em comparação e aproximação e aos poucos essa relação vai se ampliando a um grupo que compartilhe de linguagem e imaginário aproximados. No entanto, a criação de um grupo cria também as regras de funcionamento dele, normativas que distanciem o destoante,

 

“A sociedade é um organismo que padece da estranha necessidade de justificar seus fins e seus apetites. Às vezes, seus fins, mascarados pelos preceitos da moral dominante, coincidem com os desejos e as necessidades dos homens que a compõem” (PAZ, 2006, p. 181).

 

O teórico Homi Bhabha é reconhecido por diversos estudos sobre a relação entre culturas, um dos termos mais famosos criados por ele é hibridização, que consiste na mescla inevitável entre culturas quando se relacionam. Em seu texto “O entrelugar das culturas” o pesquisador apresenta a noção de que mesmo culturas mais interiorizadas e menos globalizadas, acabam sendo contaminadas por influências da cultura global, segundo ele “A fatalidade de pensar em culturas ‘locais’ como não contaminadas ou como se bastando a si mesmas nos força a conceber uma cultura ‘global’, o que, por sua vez, permanece inimaginável” (BHABHA, 2011, p. 81).

 

Por mais que as culturas sejam distintas umas das outras, e que exista o choque cultural ao comparar duas culturas diferentes, não é possível imaginar uma cultura isolada. Da mesma forma que o indivíduo/sujeito se constitui em contato com um outro, uma cultura só existe e se distingue em relação à outra.

 

Dentro de uma própria cultura também existem espaços de divisão, um sujeito não participa de todos os elementos de sua cultura e, por isso, existem diferenças e hierarquias dentro de um mesmo espaço compartilhado. É possível identificar a existência dessas nuances ao perceber a própria cultura brasileira constituída por pessoas de diferentes classes sociais, níveis de escolaridade, raças e etnias, orientações sexuais e interesses políticos,

 

“A peculiaridade da presença parcial, e até metonímica, das culturas está na articulação entre as divisões sociais e os desenvolvimentos desiguais, que perturbam o autorreconhecimento de uma cultura nacional, os seus horizontes em constante fricção entre territórios e tradições. O discurso das minorias, pronunciado a favor ou contra nas guerras multiculturais, propõe um sujeito social constituído através da hibridização cultural, da sobredeterminação de diferenças entre comunidades ou grupos, da articulação da semelhança desconcertante e da divergência banal” (BHABHA, 2011, p. 83).

 

A ideia de uma só cultura, não só é impossível, como apagaria todas as nuances e individualidades dos sujeitos, em se tratando de violência e preconceito, o multiculturalismo banal acaba por silenciar e desmerecer lutas particulares. Ainda em se tratando de preconceito, o discurso liberal menciona a “tolerância”, como forma de manter a hegemonia da classe dominante e não reorganizar a organização social. Segundo Bhabha, “Essas negociações fronteiriças da diferença cultural com frequência violam o compromisso mais profundo do liberalismo de representar a diversidade cultural como uma escolha plural” (BHABHA, 2011, p. 83).

 

Ao pensar a cultura como diferença é possível “perceber a articulação da fronteira, do espaço sem raízes e do tempo das culturas” (BHABHA, 2011, p. 83). Essa falta de visibilidade dos indivíduos destoantes da hegemonia, acaba por alocar esses sujeitos “em algum lugar entre o visível demais e o não visível o bastante” (BHABHA, 2011, p. 86).

 

Bhabha recupera estudos de enunciação de Bakhtin para enfatizar “um espaço de enunciação, onde a negociação da duplicidade discursiva — por meio da qual não quero afirmar a dualidade ou o binarismo — engendra um novo ato de fala” (BHABHA, 2011, p. 90). Esse novo ato de fala visa identificar e combater

 

“o surgimento dos “fundamentalismos” religiosos, a expansão dos movimentos nacionalistas, as redefinições das reivindicações de raça e de etnicidade, como se alega, nos levaram de volta para um momento histérico anterior, uma ressurgência ou uma reapresentação do que os historiadores chamaram de “o longo século XIX”. Subjacente a essa alegação, há uma inquietação mais profunda, um medo de que a máquina da transformação social nado seja mais a aspiração de uma cultura democrática comum. Entramos em uma ansiosa era de identidade, na qual a tentativa de lembrar o tempo perdido e de reclamar territórios perdidos cria uma cultura de “grupos de interesses” ou movimentos sociais disparatados” (BHABHA, 2011, p. 93).

 

Dessa forma, considerar a visita ao que precisa ser melhorado dentro dos aspectos de uma determinada cultura, é capaz não só de atualizar conceitos ou esquecer o que foi feito de errado, conforme Homi Bhabha “A importância de tal retroação está na sua habilidade de reinscrever o passado, de reativá-lo, de realocá-lo, de ressignificá-lo” (BHABHA, 2011, p. 94). Muito se fala que “a história se repete”, mas o estudo das culturas é capaz de promover o enfrentamento de discursos liberais e normativas inalcançáveis, para que cada vez mais os integrantes de uma cultura se sintam parte e não fora, “trabalho dentro, nos liberta do determinismo da inevitabilidade histórica — a repetição sem a diferença” (BHABHA, 2011, p. 94).

 

A linguagem é um importante meio de inserção do indivíduo na sociedade. Os pesquisadores Juracy Assmann Saraiva, Tatiane Kaspari e Ernani Mügge, em seu artigo “Identidade e literatura: ponte construída pela linguagem” apresentam a noção de que a “linguagem, em um movimento contínuo e circular, integra o sujeito ao tecido social e a ele confere a sensação de pertencimento” (SARAIVA; KASPARI; MÜGGE, 2017, p. 37). Da mesma forma que a linguagem é importante para a cultura, a linguagem literária também se comporta como a cultura ao definir o que se é pela interação com o outro, “o fato de que o sujeito se constitui na sua interação com o outro e com a memória que este outro presentifica” (SARAIVA; KASPARI; MÜGGE, 2017, p. 38).

 

Ao compreender o texto literário como fruto de uma cultura e de indivíduos que expressam sua subjetividade pela linguagem, sejam eles autores ou leitores, “a interação entre subjetividades, entre a vida e a linguagem não se esgota e continua a se propagar entre sujeitos, conferindo-lhes a capacidade de se comprometer uns com os outros” (SARAIVA; KASPARI; MÜGGE, 2017, p. 38).

 

Os pesquisadores afirmam ainda que essa construção da identidade do sujeito em uma cultura só pode ocorrer por meio da linguagem, pois a partir de sua expressão e representação na sociedade que se pode justificar o lugar de destaque que a Literatura ocupa cultural e processualmente.

 

O paradoxo da construção da alteridade pela diferença e da tentativa de superação dessa diferença, parece ser aplicado também para a subjetividade, uma vez que a interação com o mundo faz com que o indivíduo reflita sobre si e refletindo sobre si seja capaz de retornar ao âmbito do social. Conforme afirmam Saraiva, Kaspari e Mügge: “a subjetividade, que está em um constante vir-a-ser, conforma-se de modo paradoxal por se constituir da interação entre o mundo exterior e uma realidade íntima, que, todavia, também traz as marcas de um universo coletivo” (SARAIVA; KASPARI; MÜGGE, 2017, p. 49).

 

Por considerar o indivíduo em sociedade, cultura e literatura são capazes de estabelecer um vínculo forte de pertencimento, fazendo com que os leitores se sintam parte do universo ficcional de seus autores. Dessa forma, os textos literários “expõem-se não apenas como documento ou mostra de uma realidade abstrata, mas como uma experiência concreta, vivenciada por meio da leitura” (SARAIVA; KASPARI; MÜGGE, 2017, p. 50).

 

Por fim, trabalhar com um texto de Machado de Assis, um autor tão importante para a literatura brasileira, é capaz de cumprir dois propósitos: primeiro, “revela uma cartografia heterogênea que exibe à pluralidade da cultura brasileira e, consequentemente, de suas variadas identidades” (SARAIVA; KASPARI; MÜGGE, 2017, p. 50); segundo, “ela abre sendas para a compreensão do conflito de identidade que os indivíduos sofrem, seja por circunstâncias pessoais, seja por pressões da sociedade, que desestabiliza laços identitários” (SARAIVA; KASPARI; MÜGGE, 2017, p. 50). Reconhecendo a diversidade da sociedade brasileira e a pluralidade da própria cultura nacional, seja no século XIX, seja na atualidade, a linguagem literária evidencia elementos importantes de conhecimento e formação da identidade do sujeito da nação brasileira.

 

Análise

 

A narrativa “Um apólogo”, de Machado de Assis, apresenta num primeiro momento, um diálogo inusitado entre uma linha e uma agulha. Ao final do texto, apresenta-se o contexto dessa conversa, um aluno contando ao professor de melancolia o apólogo entre uma linha, uma agulha e um alfinete.

 

As personagens são apresentadas por meio de suas falas e das falas dos outros. A agulha define a linha como “toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (ASSIS, s/d, p.1), complementa dizendo que ela está com um “ar insuportável” e que falará o que lhe der na cabeça.

 

A linha, de maneira a encerrar o assunto, lembra a agulha de que apenas alfinetes tem cabeça e que “Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros” (ASSIS, s/d, p.1).

 

As duas personagens seguem trocando desaforos, e pode-se perceber que mesmo que elas compartilhem da mesma linguagem e do mesmo contexto a relação entre as duas não é pacífica, nem de troca. A agulha define a linha como “orgulhosa”, esta confirma e justifica a posição por ser capaz de coser os vestidos e enfeites da baronesa que é dona desses objetos. A agulha retruca o argumento afirmando que quem cose na verdade é quem abre o caminho para a linha passar, “Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...” (ASSIS, s/d, p. 2).

 

A linha contesta dizendo que os funcionários do imperador também andam à frente dele, e a agulha questiona se a linha é o imperador. A linha responde: “Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...” (ASSIS, s/d, p. 2). A linha, apresenta um comportamento de considerar-se melhor que o outro.

 

Depois, da fala da linha, a costureira chega para terminar um vestido para a baronesa. A agulha ainda comenta “Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...” (ASSIS, s/d, p. 2).  e, depois de vestir a baronesa junto ao tecido, a linha rompe o silêncio e responde

 

“Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá” (ASSIS, s/d, p. 2).

 

A agulha calou-se e um alfinete tentou consolá-la: “Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico” (ASSIS, s/d, p. 2). Por fim, é apresentada a situação final do diálogo entre o aluno e o professor de melancolia que ao ouvir o apólogo lamenta: “Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!” (ASSIS, s/d, p. 2).

 

Agulha e linha contracenam o choque cultural entre quem está à margem e quem tem poder de decisão, no caso da narrativa, de ir ao baile no corpo da baronesa. A agulha, por mais que possibilite o trabalho da linha e faça o caminho para que a linha possa coser, não recebe o mesmo reconhecimento. O alfinete habita um entrelugar entre os dois sujeitos, já que não possui liberdade para ir ao baile com a baronesa, mas, também não realiza trabalhos para outros receberem os méritos.

 

Na sociedade brasileira da atualidade, permeada pelo discurso liberal que encanta capitalistas sem capital e faz com que a população da margem sofra enquanto a população da elite só enriquece, investir na tentativa de rompimento desse sistema estabelece o mesmo papel que o alfinete.

 

Considerações finais

 

O presente trabalho ilustrou a maneira que a alegoria apresentada pelo apólogo, narrativa que dá voz a objetos inanimados, em “Um apólogo”, de Machado de Assis é capaz de representar elementos da sociedade brasileira. Ao lançar luz sobre a representação da sociedade brasileira por meio de uma alegoria e relacionando conceitos de cultura e de linguagem é possível concluir que a interação e o choque cultural entre os sujeitos da narrativa pode representar a relação entre os sujeitos do mundo real, em que, mesmo compartilhando a mesma cultura e a mesma linguagem, as diferenças entre os sujeitos e suas posições na organização da sociedade definem quem receberá reconhecimento e quem ficará recolhido em uma caixinha durante o baile.

 

Machado de Assis, mesmo publicando “Um apólogo”, num primeiro momento, na Gazeta de Notícias em 1º de março de 1885, com o título de "A agulha e a linha", depois, integrando a coletânea de contos Várias Histórias, representa a sociedade brasileira tanto do período do século XIX, quanto da atualidade. Já que as relações de poder apresentadas não são datadas e remontam comportamentos culturais entre sujeitos que se relacionam e defendem suas identidades e interesses individuais.

 

Referências biográficas

 

Letícia Mayer Borges, mestranda em Processos e Manifestações Culturais, pela Universidade Feevale, bolsista PROSUC/CAPES. Graduada em Licenciatura em Letras – habilitação Português, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Graduada em Licenciatura Pedagogia, pelo Centro Universitário da Lapa – UNIFAEL. Professora de Português na rede municipal de São Sebastião do Caí/RS.

 

Referências bibliográficas

 

ASSIS, Machado de. “Um apólogo”. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000269.pdf. Acesso em: 19 dez. 2021.

 

BHABHA, Homi. O entrelugar das culturas. In.: BHABHA, Homi. “O bazar global e o clube dos cavalheiros ingleses: textos seletos”. Organização de Eduardo F. Coutinho. Rio de Janeiro: Rocco, 2011, p. 80-94.

 

PAZ, Octavio. A dialética da solidão. In.: PAZ, Octavio. “O Labirinto da Solidão”. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2006, p. 175-191.

 

SARAIVA, Juracy Assmann; KASPARI, Tatiane; MÜGGE, Ernani. Identidade e literatura: ponte construída pela linguagem. In.: SARAIVA, Juracy Assmann; MÜGGE, Ernani; KASPARI, Tatiane (Org.) “Texto Literário: resposta ao desafio da formação de leitores”. São Leopoldo: Oikos, 2017.

 

WAGNER, Roy. A presunção da cultura. In.: WAGNER, Roy. “A invenção da cultura”. São Paulo: Cosac Naify, 2010, p. 37-68.

6 comentários:

  1. Olá, Letícia Mayer Borges!
    Parabéns por seu trabalho.
    Pensando em uma abordagem interdisciplinar, como esse conto poderia ser trabalhando em aula de História?
    Seria possível, na sua opinião, estabelecer uma relação entre a agulha e a linha do "Apólogo" com figuras históricas?

    Márcia Rohr Welter

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    1. Querida Márcia Rohr Welter, obrigada pelos questionamentos...
      É nítido no conto uma relação de poder que é alimentada pela diferença de classes na sociedade... Na História, existem infinitos exemplos desse conflito de classes e a interdisciplinaridade aqui é muito frutífera.
      Letícia Mayer Borges

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  2. Olá Leticia! Penso, salvo melhor juízo, que na academia os trabalhos teóricos entre a literatura e a historia estão bem consolidados, entretanto por minha experiência penso que a metodologia na educação básica, com distinções, ainda é modesta! Pela sua experiência podemos melhorar isso? Pois sabemos que á ideia é fantástica!

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  3. Colega Everton C. Crema, agradeço sua leitura e questionamentos...
    Em minha trajetória, como pesquisadora e como professora, tenho me dedicado a duas frentes: o trabalho com o texto literário na educação básica e a relação da história e da cultura com a literatura. Por causa disso, posso te garantir que sim, é possível aprimorar metodologias de sala de aula com a inter-relação das disciplinas... Nosso aluno da atualidade não aprende sem ter seu conhecimento conectado em projetos amplos e que promovam o protagonismo leitor a partir de metodologias ativas...
    Letícia Mayer Borges

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  4. Obrigado Letícia! Abcs!

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