Renata Nobre Bezerra e Sarah Karolina Sucar Ferreira

A IMPORTÂNCIA DE APRESENTAR O CONCEITO DE ESPAÇO EM SALA DE AULA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA

 

Renata Nobre Bezerra

Sarah Karolina Sucar Ferreira

 

Todo acontecimento é marcado no tempo e no espaço. Estes dois conceitos são basilares para o estudo da História, e para a compreensão da humanidade. Diversas poesias e trava-línguas questionam sobre o tempo, “O que é o tempo? Quanto tempo o tempo tem?” Estas são algumas perguntas que apontam para essa característica de historicidade da temporalidade, que pode variar entre as sociedades (Prost, 2008).

 

Mas, e o espaço, poderíamos também usar essas mesmas indagações para com este? “O que é o espaço? Quantos espaços o espaço tem?”  A resposta para esta pergunta é sim, podemos definir e problematizar o espaço de maneiras diferentes de acordo com a perspectiva com que este é abordado. Todo espaço possui sua historicidade e uma multiplicidade de formas de ser compreendido e assimilado.

 

O espaço não é apenas o “palco” para os acontecimentos. A compreensão da própria realidade social é espacial, as formas e usos dos espaços ocorrem desde os tempos mais remotos seja na construção das moradias, seja na forma de entender a paisagem e a natureza (SCHAMA, 1996). Na historiografia, desde o século XX, principalmente, com a Escola dos Annales, a espacialidade passou a ser mais problematizada, ao ponto de também tornar-se sujeito histórico, como no livro o “O Mediterrâneo” de Fernand Braudel, com o passar das décadas a questão da espacialidade passou a ser cada vez mais discutida tanto no campo da História como na Geografia (LIMA; COSTA, 2013).

 

Para além da academia, a problematização do espaço também é pertinente, o exercício de refletir por exemplo, sobre as ruínas, sobre os limites da nação, sobre o sentimento de pertencimento a um lugar (TUAN, 2013), estão intimamente ligados à noção de espacialidade. Desta forma, este trabalho objetiva refletir as possibilidades das utilizações dos conceitos de espaço para o Ensino de História. Para tanto, este artigo está dividido em dois tópicos, o primeiro intitulado “A importância do conceito de espaço na Educação Básica” versa sobre a importância de problematizar o espaço em sala de aula e o segundo “Como as diferentes concepções de espaço podem ser utilizadas como ferramenta didática” aborda as possibilidades dos usos destes conceitos como ferramenta didática para o Ensino de História.

 

A importância do conceito de espaço na educação básica

 

O espaço e o tempo são elementos inseparáveis do estudo histórico, como também da realidade de uma sociedade, vivemos no tempo e experienciamos o espaço (TUAN, 2013), um não pode estar dissociado do outro, e isso reflete na construção da História como disciplina. Esses dois conceitos aparecem diretamente ligados a todo momento, desde documentos mais amplos como a Base Nacional Comum Curricular (2018), que rege todo o conjunto de aprendizagens essenciais da educação básica, até documentos mais específicos como os parâmetros curriculares comuns (PCN).O conceito de espaço é interdisciplinar e pode ser encontrado em diferentes ocasiões dentro da formulação dos documentos base da educação brasileira. O PCN de Ciências Humanas (PCN, 2000), por exemplo, entende espaço como “uma totalidade na qual se passam todas as relações cotidianas e se estabelecem as redes sociais nas referidas escalas” (PCN, 2000), esse conceito está presente na parte do texto referente à Geografia, mas se empregado à diferentes temporalidades se aplica perfeitamente à História. Enquanto a geografia é a “ciência do presente” (PCN, 2000) a História é a ciência do homem através do tempo e no(s) espaço(s).

 

Os diferentes espaços influenciam, moldam e são moldados pelas sociedades que os praticam. As espacialidades não se constituem apenas de “teatros” para os atos da vida, mas, sim ajudam a entender que estes lugares também são modificados, construídos e reconstruídos pelos mais variados motivos (TUAN, 2013). Desta forma, para mostrar as diferentes maneiras que o espaço e a espacialidade, que neste trabalho entendemos como sinônimos, podem ser trabalhados em sala de aula, e como esse conceito pode ser pensado junto com outros conceitos da geografia para complementar o ensino de História, elencamos alguns autores que trabalham com esse conceito e mostraremos como essas diferentes percepções de espaço podem ser trabalhadas em sala de aula

 

Como as diferentes concepções de espaço podem ser utilizadas como ferramenta didática

 

Para pensar a diferenciação de espaço e lugar (TUAN, 2013), estes dois conceitos que muitas vezes são usados como sinônimos, se tornam bastante diferentes na concepção do geógrafo Yi-Fu Tuan. Para este a abrangência seria o espaço, já quando este passa a ser dotado de valor transforma-se em lugar. O lugar para existir necessita ser conhecido e reconhecido, precisa-se tornar visível, ou seja, ter visibilidade, uma das ferramentas para isto é a História o tornar conhecido e o dotar de significado (TUAN, 2013). Para melhor exemplificar esta concepção vamos tomar um exemplo mais prático, ao olhar um vasto campo rapidamente provavelmente ele representaria um “horizonte sem limites” (TUAN, 2013). Já o que prende o nosso olhar, o que nos liga seria o lugar, que pode ser desde o lar, a escola, até mesmo a pátria, a nação. O valor que o torna assim pode ser relacionado com a vivência ou até mesmo por meio da experiência indireta como a ligação à nação por intermédio da História e dos monumentos (TUAN, 2013).

 

O lugar não é uma construção neutra e geralmente não são universais, este em geral está ligado com a cultura em que o indivíduo está inserido (TUAN, 2013). Portanto, o lugar também não é estático no tempo, espaços podem virar lugares e lugares podem se tornar espaços, uma vez que, esses dependem de quem os veja como dotados de valor, por isso as ruínas também entram neste aspecto (TUAN, 2013). Assim tal conceito, que já vem sendo utilizado na disciplina de Geografia, pode ser utilizado também no Ensino de História para ajudar a compreender os lugares, e as ruínas, como também o porquê monumentos de outros tempos ou de grupos específicos não foram preservados. O conceito de Tuan ajuda desta forma a compreender a historicidade do espaço.

 

Ademais, outro conceito relacionado à espaço e espacialidade também adentrando as salas de aula, como “Comunidades Imaginadas" do historiador Benedict Anderson (2008), a exemplo da dissertação de Hugo Araújo (2018) intitulada “Múltiplos olhares para a aprendizagem histórica: o conceito de nação através de evidências visuais”. Se Tuan falava que um dos lugares possíveis é a nação, é justamente esta que Anderson problematiza. Mas, o que pode se entender de “Comunidades Imaginadas”? Seria uma comunidade que pensa seus limites, que se entende como soberana (ANDERSON, 2013, p. 32). Porém, por que seria “imaginada”? Segundo Benedict Anderson, esta ideia estaria relacionada à capacidade dos integrantes de uma nação, mesmo que impossíveis de conhecer todos os que a integram, se sintam parte do mesmo grupo. De forma, que a palavra “imaginada” não remeteria assim à mentira, mas uma construção (ANDERSON, 2008). Contudo, pode surgir a inquietação acerca de como os membros dessa comunidade estariam ligados? Esses estariam conectados de certa forma pela língua e pela história, que foram se construindo ao longo do tempo (ANDERSON, 2008).

 

Outrossim, vale frisar que as “Comunidades Imaginadas” não nascem do nada, mas são criadas geralmente por um grupo (ANDERSON, 2008). A exemplo do caso do Brasil alguns anos após a independência, a fundação do Instituto Histórico e Brasileiro (IHGB) objetivava construir uma história nacional que se pode de certa forma dar uma unidade às diferentes partes do território. Como também os sócios do instituto se preocupavam em delimitar as fronteiras do Estado (GUIMARÃES, 1988). Além deste exemplo de uso deste conceito, é possível abordá-lo de diferentes modos, seja nos símbolos nacionais, como a bandeira, o hino, seja em símbolos tidos como locais, questionar quem os produziu, quem é o povo que estes representam. Tal conceito nos ajuda a pensar não somente o que se imagina de uma comunidade, mas também a pensar nos silêncios, a exemplo das categorias dos censos (ANDERSON, 2013).

 

Como já foi dito antes, o conceito de espaço é interdisciplinar e para além das matérias de História e Geografia transparece também na música, pois aliado ao conceito espacial de “comunidades imaginadas” pode ser trabalhado junto ao conceito de “paisagem sonora” de Murray Schafer (2001)- para conferir sobre este ver o texto “A afinação do mundo”- como forma de interdisciplinaridade com os Ensinos Música e História (no que concerne a trabalhos acadêmicos acerca desta interdisciplinaridade há vários dentre eles a dissertação de Leonardo Ventura (2007) “Música dos espaços: paisagem sonora do Nordeste no Movimento Armoria”). Vale frisar que tal conceito de Schafer já vem sendo pensado para o Ensino Música, como na dissertação de Thiago Xavier de Abreu (2014), na Geografia para o Ensino Infantil a exemplo do artigo de Daiane Oliveira (2019). Portanto, problematizar o espaço não seria fugir das temáticas definidas para cada disciplina ou tornar as matérias mais acadêmicas, trabalhar esse conceito nas suas diferentes formas seria fazer uso de um instrumento que possibilita a problematização da própria história. Além de possibilitar a interdisciplinaridade com diversas matérias.

 

Outro conceito que está dentro da categoria de espaço e que podemos utilizar em sala de aula é o de “espaços da recordação” trabalhado por Aleida Assman (2011). No qual a autora, em seu texto, elenca vários espaços que carregam as memórias das diferentes gerações que estiveram, ou passaram, por lá, e até mesmo servem de testemunho dessas memórias para que estas não se percam com o tempo, como por exemplo museus, cemitérios, os documentos que criam e mantêm as memórias de famílias, regiões e tempos históricos. Esses espaços são repletos de significado porque criam identidade e dão às pessoas que os significam a sensação de pertencimento, como as “comunidades imaginadas" de Benedict Anderson (2013). Mas ao contrário destas tem um caráter muito mais afetivo pelo peso afetivo que possuem. Para os alunos, esse tipo de perspectiva os ajuda a entender a importância que determinados lugares carregam para certas comunidades elementos considerados de identificação e representação, tanto religiosa quanto cultura e nem sempre são reconhecidos pelas políticas públicas. 

 

Assim, trabalhar os conceitos de espacialidades em sala de aula não seria apenas apresentar sua definição, mas que este seja percebido e (re)construído junto com os alunos por meio de atividades com fontes possam proporcionar a reflexão sobre o passado, mas também sobre suas continuidades e rupturas hoje, portanto a historicidade do tempo e do espaço. Por fim, vale frisar que existem diversos outros conceitos de espacialidades, como o de Simon Schama que trata da “paisagem”, esta seria segundo o autor “(...) produto de uma cultura comum, trata-se, ademais, de uma tradição construída a partir de um rico depósito de mitos, lembranças e obsessões" (SCHAMA, 1996). Tal conceito tem sido utilizado em alguns trabalhos de Ensino de História para discutir a Educação Ambiental (a exemplo do trabalho de Márcia Mello (2013) intitulado “Paisagens, temporalidades e Ensino de História” e do artigo de Rozeane Lima e Cristian Costa (2013).    

      

Considerações finais

 

Problematizar as espacialidades no Ensino de História ajuda no desenvolvimento crítico do aluno frente a realidade. Os limites territoriais, o valor que esses lugares ganham através do tempo são entendidos como processos e construções criadas pelas diversas culturas presentes em diferentes tempos e espaços.

 

Ademais, compreender que cada espacialidade pode ser percebida de formas diferentes por diferentes sociedades e grupos sociais permite que os alunos percebam como esses espaços são construídos e modelados, além de os ajudam a problematizar a realidade, aprendendo identificar e a respeitar a identidade desses diversos espaços e culturas.

 

Por fim, “O que é o espaço? Quanto espaço o espaço tem?” Tal resposta depende do referencial, da visão de mundo de cada um. Mesmo tendo esta multiplicidade de significados e modos de ser inteligível é de suma importância abordar as espacialidades, seja na matéria de História ou de Geografia, ou até mesmo em trabalhos conjuntos de interdisciplinaridade. Portanto, este trabalho buscou mostrar a importância do estudo do espaço no Ensino de História, e alguns dos conceitos de espaço que podem servir como ferramentas, mesmo aqui não tendo sido abordado todos as possíveis definições de espacialidade, pelo exposto é perceptível as variedades de significados deste termo possibilitam que este seja utilizado e problematizado em diferentes momentos e a partir de diferentes temas.

 

Referências biográficas

 

Renata Nobre Bezerra, graduada em História-Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mestranda em História pela mesma instituição, orientada pelo professor doutor Ronaldo Vainfas.

 

Sarah Karolina Sucar Ferreira, graduada em História-Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mestranda em História pela mesma instituição, bolsista Capes, orientada pelo professor doutor Magno Santos.

 

Referências bibliográficas

ABREU, Thiago Xavier de. “Ephtah!”: das ideias pedagógicas de Murray Schafer. Dissertação (Mestrado em Música). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. São Paulo: [s.n.], 2014.

ANDERSON, Benedict R. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

ARAÚJO, Hugo Alexandre de. Múltiplos olhares para a aprendizagem histórica: o conceito de nação através de evidências visuais. 2018. 150 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-Graduação Profissional em Ensino de História, Recife, 2018.

ASSMAN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Campinas: Unicamp, 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2018.

 

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Parte IV. 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf.

 

GUIMARÃES, Manoel Salgado. Nação e Civilização nos trópicos: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o Projeto de uma História Nacional. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n. 1, 1988, p. 5-27.

 

LIMA, Rozeane A.; COSTA, Cristian J. S. Espaço-Região, paisagem e território: conceituais básicos para um exercício de História Ambiental na Mata do Louzeiro- Campina Grande-PB. 2013. Disponível em: http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364652556_ARQUIVO_textoparaANPUHNacional2013.pdf 

MELLO, Marcia Pinto Bandeira de. Paisagens, temporalidade e Ensino de História. In: Revista Encontros, ano 13, n. 24, 1° semestre 2015.

OLIVEIRA, Daiane A. A de. Paisagens sonoras e sua importância no Ensino de Geografia da Educação Infantil. In: 14º Encontro Nacional de Prática de Ensino de Geografia Políticas, Linguagens e Trajetórias, Universidade Estadual de Campinas, 29 de junho a 4 de julho de 2019, Campinas/ SP.

 

PROST, Antoine. 1933. Doze lições sobre a história. Trad. Guilherme João de Freitas Teixeira. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

 

SCHAMA, Simon. 1945. Paisagem e memória. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia de Letras, 1996.

 

SCHAFER, Murray. A afinação do mundo. SP: UNESP, 2001.

 

TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013.


VENTURA, Leonardo Carneiro. Música dos espaços: paisagem sonora do Nordeste no movimento armorial. 2007. 200 f. Dissertação (Mestrado em História e Espaços) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2007.    

9 comentários:

  1. José Ricardo Paulo de Lima14 de setembro de 2022 às 10:50

    parabéns pelo trabalho!

    Na concepção da dupla se torna impossível estudar História no Ensino Básico sem apresentar o conceito de "Espaço" ?

    ResponderExcluir
  2. José Ricardo Paulo de Lima14 de setembro de 2022 às 10:51

    Como vocês apresentariam esse conceito para turmas do fundamental II?

    ResponderExcluir
  3. Renata Nobre Bezerra/ Sarah Karolina Sucar Ferreira14 de setembro de 2022 às 14:43

    Olá, José Ricardo.
    Primeiramente gostaríamos de agradecer pelas perguntas. Ao nosso ver, o conceito de "Espaço", como o de "Tempo", é intrínseco ao estudo e ensino de História. Quando apresentamos qualquer assunto referente à disciplina falamos do período em que esse acontecimento ocorreu, e falamos onde aquilo se passou, ou seja, tempo e espaço. O que buscamos discutir em nosso artigo é a importância de ensinar aos alunos que toda história, para além de um tempo específico, está localizada em um espaço diferente do nosso, e que isso é parte fundamental a sua construção. E mesmo que esse espaço seja a cidade em que esses alunos estão vivendo, temos que lembrá-los que o mesmo se transforma através do tempo assumindo novas formas e sentidos.
    Quanto a apresentação desse conceito para os alunos do fundamental II, ele pode acontecer de várias formas. Desde como complementação à clássica pergunta " o que é história?" ao que normalmente respondemos " História é o estudo do Homem através do tempo" a qual podemos acrescentar " e no espaço" e explicar o que isso significa, até mesmo uma melhor localização desses espaços no momento das aulas. Como havíamos comentado antes as aulas sobre História regional e História Local também são grandes oportunidades para reforçarmos esse conceito. Espero que tenhamos respondido as suas questões, qualquer coisa é só perguntar.

    Atenciosamente,

    Renata Nobre Bezerra e Sarah Karolina Sucar Ferreira

    ResponderExcluir
  4. Olá Renata e Sarah, parabéns pela excelente análise!

    A categoria de análise "espaço" é salutar para a construção do conhecimento histórico no ensino. A partir da escrita de vocês, penso que o ensino de memória e patrimônio e da noção de patrimônio material e imaterial são algumas temáticas que podem ser abordadas em sala de aula através destas perspectivas de espaço discutidas no texto. Seria possível utilizar estratégias de atividades que mobilizem a categoria de espaço dentro destes conteúdos? Se sim, quais?

    Mais uma vez parabenizo as colegas pela rica discussão.

    Att.,

    Clivya Nobre

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Renata Nobre Bezerra/ Sarah Karolina Sucar Ferreira16 de setembro de 2022 às 10:42

      Obrigada Clyvia pela leitura e comentário ao trabalho.

      Sim, os conceitos diversos de espaço permitem que ele seja abordado em diferentes momentos. Ao trabalhar a noção de patrimônio material e imaterial, podemos abordar o espaço de memória a partir de Aleida Assmann, por exemplo. Assim, acreditamos que é possível abordar dentro de uma sequência didática sobre patrimônio material e imaterial, questões como o que seria a memória? Qual o espaço da memória? Problematizando junto com os alunos tanto a memória, como também refletindo o patrimônio brasileiro registrado, questionando, se somente os patrimônios materiais e imateriais são portadores da memória, e quais outros espaços de memória são ou foram marginalizados. Acreditamos que dinâmicas em grupos com uso de imagens e debates, após uma primeira conversa sobre o que seria a memória e depois análises de fontes, podem ajudar a trabalhar este conceito em sala de aula.
      Mais uma vez agradecemos pelo comentário, esperamos ter conseguido responder sua pergunta.

      Renata Nobre Bezerra/ Sarah Karolina Sucar Ferreira

      Excluir
  5. André Ulysses De Salis15 de setembro de 2022 às 13:53

    Renata e Sarah, parabéns pelo trabalho! É sempre muito importante pensar esse conceito voltado para a sala de aula, pois talvez seja um dos mais difíceis de serem trabalhados, principalmente para estudantes do ensino fundamental. Neste sentido, vocês poderiam falar um pouco mais sobre como trabalhar com esse conceito com estudantes do fundamental? Obrigado!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Renata Nobre Bezerra/ Sarah Karolina Sucar Ferreira16 de setembro de 2022 às 11:13

      Obrigada André pela leitura e comentário ao texto.

      Para o Ensino Fundamental, acreditamos que uma das possibilidades de trabalho deste conceito possa ser feito em parte com uma dinâmica. Assim, para trabalhar o espaço a partir de Yi-Fu Tuan, que seria o espaço e o lugar, no qual a principal diferença entre os dois seria a experiência e o valor que é dado à espacialidade, pode ser trabalho, por exemplo, ao tratar da importância que foi dada na construção dos estados nacionais. Uma sugestão seria pedir para os alunos desenhassem um lugar que eles gostam, ou que consideram importante, depois ir pedindo para que eles digam o que desenharam, e como eles se sentiram se este lugar deixa-se de existir. Após, as respostas pediria para que os alunos pensassem em um outro local no qual eles não se sentiram tristes se desaparece. E a partir desta dinâmica ir construindo junto com os alunos o que é o lugar e o espaço, e ligar isto com os estados nacionais. Outra sugestão que pode ser trabalhada a partir deste conceito é como os lugares com o tempo vão deixando de serem dotados de valor, como os monumentos que viraram ruínas.
      Mais uma vez agradecemos pelo comentário, esperamos ter conseguido responder sua pergunta.

      Renata Nobre Bezerra/ Sarah Karolina Sucar Ferreira

      Excluir
  6. Olá autores! Parabéns pela abordagem do conceito de espaço! Pergunto como ligar com os currículos de história, que privilegiam o euro centrismo em detrimento aos espaço mais regionais no Brasil, sobretudo olhando para o livro didático? Abcs!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada professor pela pergunta e pela leitura do trabalho.

      Nós acreditamos que o conceito de espaço perpassa todos os tópicos da disciplina. E que o conceito pode ser trabalhado em diversas perspectivas. Por exemplo, ao tratar do espaço na perspectiva de Yi-Fu Tuan, a própria escola poder ser considerada um espaço, como também o Estado ou região pode ser tornar o lugar por meio do sentimento de pertencimento. De forma que tal conceito pode ser utilizado ao tratar: da diversidade religiosa, dos diferentes grupos étnicos, das histórias que foram construídas para criar identidades para determinados povos em diferentes espaços, como é o caso da história do Brasil que, por muitas vezes, ainda, se faz valer de um viés eurocentrista para se caracterizar. Portanto, nós compreendemos que “Espaço” pode ser trabalhado de uma perspectiva macro ou micro, e em contextos diferentes, desde que o aluno perceba o espaço que está sendo apresentado e o que ele representa naquele contexto. Esperamos ter conseguido responder a sua pergunta.

      Renata Nobre Bezerra/ Sarah Karolina Sucar Ferreira

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.